Dos teares para a mídia impressa

Uma breve história da publicidade no Brasil  

Um marco histórico define o início da propaganda no país: 1808. Com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, e a consequente liberação do país para a economia estrangeira, a partir da abertura dos portos brasileiros a países aliados a de Portugal, é criada uma situação inédita no país: que é o consumo de artigos importados de outros países, com foco especialmente para produtos vindos da Inglaterra. Esse hábito veio a fomentou um mercado de consumo de produtos que, até então, eram inacessíveis para a economia brasileira e com isso a necessidade de divulgá-los à população. Este mesmo ano é mearcado também pela criação do primeiro jornal brasileiro, A Gazeta do Rio de Janeiro, que tinha um forte teor propagandista do governo imperial, mas também e ainda trazia em suas páginas os primeiros anúncios comerciais em circulação. Até o fim do século 19, estes anúncios tinham um forte apelo a serviços e a compra e venda de escravos, apesar de alguns produtos começarem a serem anunciados. 

 

Com a criação da primeira agência de publicidade brasileira, a Eclética, em 1914, vemos a profissionalização da produção publicitária. Seus serviços iniciais eram as negociações dos espaços nos jornais onde as mídias seriam inseridas. Um fato curioso dessa época era a não crença dos anunciantes nas capacidades comercialis dos anúncios de jornal: os agentes de publicidade, literalmente iam batiamendo de porta em porta, negociando com os comerciantes a veiculação de seus produtos em anúncios de jornais. Não era incomum ver nas portas dos estabelecimentos comerciais cartazes que diziam “Esta casa não dá esmolas e não atende a gente da publicidade!”. Os próprios jornais também não acreditavam no poderio econômico dos anúncios, criando dificuldades e tensões para os agenciadores de propaganda. Este cenário mudou quando a Eclética conseguiu sua primeira grande conta, a Ford, que garantiria aos jornais uma cota publicitária, referente ao valor dos carros vendidos na época. A partir desse momento, a produção dos anúncios teve uma mudança drástica, produzindo artigos direcionados, estratégias de publicação e distribuição, além de uma direção de arte criativa e inovadora, fomentando o consumo das marcas e não apenas os produtos. 

Começando a aparecer 

Dono de diversos empreendimentos que incluíam descaroçadeiras de algodão e uma fábrica de óleo de cozinha, Antonio Pereira Ignacio vendia os fios do produto para as tecelagens da região de Sorocaba. Além disso além de produzia o óleo Primus que manufaturadoava a partir do bagaço do algodão processado, negócio que possuía na região de Sorocaba, antes mesmo da compra da Fábrica de Tecidos Votorantim. Com a concorrência acirrada, diversos comerciantes de fios de algodão se surpreenderam com a estratégia inovadora de Pereira Ignacio: anunciar nos jornais a compra de lotes de algodão cru de produtores locais, garantindo a eles a safra do produto, (tirar a vírgula) por um preço prefixado. Em uma época em que os industriais mostravam pouca preocupação com a saúde dos negócios de seus fornecedores, a atitude surpreendeu os produtores que faziam filas para entregar, tempos depois, as safras de algodão previamente comprada pelo empresário. O resultado dos anúncios de jornais foram tão positivos que, além de financiar a produção do algodão, Antonio Pereira Ignacio passou a também a distribuir sementes mais produtivas aos cultivadores. 

 

A Votorantim, ao longo da sua história, tem uma longa também acompanhou a tradição de produzir propagandas criativas, desde a distribuição de livros de receitas, que continham com iguarias a serem feitas com o seu óleo de cozinha como peça promocional nos anos 30, até a publicação nos jornais das certificações internacionais que o cimento Votoran, produzido na Fábrica de Cimento Santa Helena, possuía no início de sua produção, assegurando uma qualidade que não era vista no mercado brasileiro até então. A produção publicitária da companhia publicou seus produtos, não era vista somente em jornais, mas também em revistas e na televisão, aparecendo em campanhas publicitárias em novelas e programas de rádio, além de, recentemente, na internet. Veja abaixo em algumas imagens das propagandas que temos no acervo Memória Votorantim, algumas peças que fazem parte de nossa história. 

 

O mundo evolui. A Votorantim também.  

A Votorantim ao longo da sua história também acompanhou a tradição de produzir propagandas criativas. Nos anos 30, já usava um de seus produtos, o Óleo de Cozinha Primus, como peça promocional estampada em um Livro de Receitas com iguarias elaboradas a partir do óleo. Antenada as oportunidades, no mesmo livro, promovia também um dos principais produtos do seu portfólio na época, o Cimento Votoran. Mas Antonio Pereira Ignacio era muito inquieto e sabia que podia fazer mais. Para que o cimento, produzido na Fábrica de Cimento Santa Helena, ganhasse cada vez mais credibilidade, Pereira Ignacio publicava em jornais as certificações internacionais recebidas já no início da sua produção, pois os mesmos asseguravam uma qualidade que não era vista no mercado brasileiro até então. 

O mundo da publicidade evoluiu e a Votorantim não ficou atrás. Para além dos jornais, nos anos seguintes vemos a produção publicitária da companhia acompanhar essa evolução alcançando também revistas e televisão, aparecendo em novelas, programas de rádio e recentemente na internet. Dando continuidade a essa tradição, que começou lá nos anos 30, em 2018 a Votorantim lança na mídia a campanha dos 100 anos da empresa. Mas como para a Votorantim, evoluir é ter coragem de repensar, ressignificar, retribuir, muito mais do que uma simples peça publicitária, através dessa campanha a companhia celebra o seu centenário renovando seu papel como empresa cidadã e apoiando a sociedade a refletir e votar conscientemente para que tenhamos todos um Brasil e um futuro melhor.