A atenção e o investimento em saúde acompanham a história da Votorantim. 

O português Antonio Pereira Ignacio, fundador da Votorantim, chegou ao Brasil em 1884, com dez anos e ainda analfabeto. Sua capacidade empreendedora e seu talento para administrar negócios o fizeram crescer como comerciante e industrial, e se destacar como liderança da comunidade portuguesa em Sorocaba, no interior de São Paulo. Do auxílio a vítimas de terremotos em Portugal, passando pelao auxílioassistência ao Hospital da Misericórdia de Paredes, em Portugal, chegando até a direção da Santa Casa de Sorocaba, tudo contava com sua participação. E foi esse o começo de uma história de uma família sempre atenta à importância do apoio ao setor de saúde. 

Os frutos da saúde bem administrada 

A Beneficência Portuguesa é uma entidade de auxílio mútuo fundada em 1859 e que criou, no início do século 20, um hospital para o atendimento dos sócios.  

Ao se mudar para a capital paulista, na década de 1900, Pereira Ignacio se aproximou da entidade e chegou a dirigi-la. 

Em 1951, com o falecimento de Antonio Pereira Ignacio, a instituição quebra a tradição de sempre eleger um presidente português e convida José Ermírio de Moraes para ser o primeiro brasileiro a liderar a sociedade. Ao aceitar, o empresário definiu sua meta: erguer um novo hospital que não se restringiria a atender os sócios, mas que fosse uma instituição modelo em termos de excelência médica e, ao mesmo tempo, atendesse a população de baixa renda. 

A ideia foi recebida com entusiasmo, materializado em um grande volume de doações – as maiores vieram da Votorantim e da Nitro Química –, que viabilizaram a construção de um hospital com 24 mil metros quadrados de área construída e 440 leitos. Ao ser inaugurado pelo presidente de Portugal, Craveiro Lopes, em junho de 1957, era o maior hospital privado da América Latina. 

 

A Beneficência foi administrada voluntariamente por quatro gerações da Família: Antonio Pereira Ignacio, José Ermírio de Moraes, Antônio Ermírio de Moraes e, atualmente, por Rubens Ermírio de Moraes. 

 

Hoje, a Beneficência Portuguesa é referência no atendimento médico-hospitalar em diversas especialidades, entre elas cardiologia, oncologia e neurologia, sendo o maior polo privado de saúde da América Latina em número de leitos.  

Interiorização e formação de médicos 

Além da Beneficência Portuguesa, muitos são os projetos na área de saúde com os quais a Família Moraes e a Votorantim estiveram e estão envolvidoas. 

Nas décadas de 1940 e 1950, dois hospitais foram inaugurados no interior paulista com verbas da empresa: o Hospital Santo Antôonio, em janeiro de 1949, na cidade de Votorantim; e o Hospital Maternidade Santa Lucinda, em Sorocaba, em abril de 1950, em Sorocaba. 

Com o Hospital Maternidade Santa Lucinda também é inaugurada  a Faculdade de Medicina de Sorocaba, que utilizava as dependências do hospital como sede do centro de ensino. Pela primeira vez no Brasil uma faculdade de medicina era implantada longe das capitais, em uma cidade de médio porte, atendendo a uma demanda de formação de médicos no interior do Eestado.

José Ermírio de Moraes Filho seguiu os passos do pai e do avô. Durante 12 anos, Ssua principal ocupação na saúde foi a de presidente voluntário durante 12 anos da Fundação Antônio Prudente, que dirige o Hospital do Câncer. Seu filho, José Ermírio de Moraes Neto, atualmente é presidente do Conselho Curador do Hospital A.C. Camargo (Antigo Hospital do Câncer). A esposa de José Neto, Liana Maria Carraro de Moraes, é diretora vice-presidente da Diretoria Estatutária do A.C. Camargo. 

Antônio Ermírio de Moraes destacou sua atuação na saúde por participar da administração de várias instituições. Entre elas, o Hospital da Cruz Vermelha (1962-1966), o Hospital da Cruz Verde (1967-1975) e a Beneficência Portuguesa, onde trabalhou por quase 40 anos. Na Beneficência Portuguesa, esteve presente todos os dias, inclusive aos sábados e domingos. 

Hoje, seu filho, Rubens de Moraes, preside a instituição com a mesma dedicação de seu pai e de seu avô.  

Clóvis Scripilliti comandou o crescimento da Votorantim no Nordeste a partir de 1966 e, a partir dem 1970, tornou-se Conselheiro e Diretor-tesoureiro da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), cargos que exerceu como voluntário. Em 1985, torna-se vice-presidente da AACD. Em 1998, foi o responsável pela implantação da AACD em Recife, PE, e assumiue a presidência do Conselho de Administração da AACD, cargo que exerceu como voluntário até o seu falecimento. Sua filha, Regina Helena Scripilliti Velloso, foi presidente da   AACD até abril de 2018.